A “CIÊNCIA DO ÓDIO”
Está disponível nas livrarias o mais recente livro de Matthew Williams, intitulado “A Ciência do Ódio”. Investigador e professor da Universidade americana de Harvard, o autor é um dos mais reputados especialistas do mundo, nas áreas do crime e discursos de ódio, cibercrime e extremismo online.
Neste livro, Matthew Williams aborda vários
domínios do conhecimento, nomeadamente a biologia, a neurociência, a psicologia, a sociologia, a economia e as tecnologias de informação, focado na temática do
preconceito e do ódio gerado pelo mesmo.
Numa entrevista
concedida recentemente ao site SAPO, foram-lhe feitas duas perguntas, entre
outras, às quais ele respondeu conforme abaixo transcrevo:
Pergunta: No livro
descreve que as redes sociais podem ser um “acelerador” do preconceito e do
ódio. Não há prova alguma de que os criadores destas plataformas alguma vez
pretendessem isso. Aliás, o seu objetivo declarado era precisamente o
contrário. O que correu mal?
Resposta: Tenho de dar crédito
aos seus inventores, pois não acredito que o Mark Zuckerberg [Facebook] ou o
Jack Dorsey [Twitter] soubessem que estavam a criar uma ferramenta que acabaria
por polarizar a humanidade.
Pergunta: Foram ingénuos
quanto conceberam os algoritmos que alimentam estas redes sociais digitais?
Resposta: Sim, foram, mas não
existia malícia nas suas intenções. Sempre pensaram que iam fazer dinheiro com
o que tinham criado, mas creio que também seguiam uma bússola moral: a de
conectar mais pessoas entre si, o que traria maior educação e tolerância. “
Nos tempos conturbados
que vivemos, assistimos ao desfilar das mais irracionais manifestações de ódio
nas várias redes sociais, alimentadas por uma diversidade de atores
irracionais, na sua maioria ignorantes sobre o que escrevem, que se limitam a destilar
ódio (racial, ideológico ou outro), apelando aos sentimentos mais primários que
os seus cérebros acolhem.
A “Ciência do Ódio” está
na moda, uma moda que nos diminui como seres humanos e transforma as redes
sociais em verdadeiras "câmaras de gás", onde se aniquila a liberdade que
respeita o outro e endeusa a falsa liberdade que impõe o pensamento único e
institui uma moral de fação.
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