COMBATER O CAOS QUE NOS QUEREM IMPINGIR

Quem por dever ou vício consome diariamente o espaço mediático, constrói uma narrativa necessariamente negra da vida coletiva, de Portugal e do mundo. 

Perante nós desfilam guerras, crimes, agressões (físicas e psicológicas), ameaças, insultos e tantos outros acontecimentos, todos eles com uma marca comum: apologia do caos.

Porém todos os dias, a todas as horas e em todos os lugares, ocorrem situações positivas, demonstrativas da capacidade de tornarmos o mundo melhor, na nossa casa, no nosso bairro, na nossa aldeia ou cidade e no nosso país. 

Gestos simples, iniciativas individuais ou de grupo, decisões das autoridades com impacto positivo nas nossas vidas, atos que salvaram vidas ou as defenderam de agressões de qualquer natureza, avanços na ciência de que a humanidade pode beneficiar, exemplos de civismo e de cidadania, tudo isto está a acontecer a todo o momento, tantas vezes aos nossos olhos, sem que lhe demos a devida atenção e reconhecimento.

Os órgãos de comunicação social (em especial os canais televisivos) limitam-se a reproduzir e a amplificar aquilo a que damos atenção, o que nos torna reféns do alinhamento de telejornais, que por sua vez assumem a dimensão de espelho do tecido social que nos envolve.

Para combater isto é preciso que sejamos mais exigentes e que reclamemos que os bons exemplos, os gestos e as iniciativas que nos tornam melhores, individual ou coletivamente, passem a merecer mais atenção do espaço mediático. 

Ao contrário do que a escuridão do espaço mediático induz, o ser humano é capaz de realizar obras fantásticas, desde o estender a mão ao que circula ao nosso lado até à liderança da concretização de grandes objetivos coletivos.

O mundo não está perdido, se nos fixarmos no objetivo de o tornarmos melhor. Quando assim o fizermos e os meios de comunicação social nos ignorarem, só temos uma coisa a fazer: desliguemos as televisões e foquemo-nos na nossa missão de desconstruir o caos, em que parece quererem que mergulhemos.