UMA NOVA NORMALIDADE




Vivemos tempos como nunca antes a maioria das atuais gerações tinha vivido. A pandemia de Covid-19 apresenta-se como uma situação única e exige respostas adequadas por parte dos estados, bem como das comunidades que estão a ser atingidas.
Com dezenas de milhar de mortos, centenas de milhar de pessoas infetadas, e o confinamento de muitos milhões de pessoas, por todo o mundo, o momento é histórico e as suas consequências são para já imprevisíveis. 
Nesse sentido, importa tanto pensar na resposta imediata ao surto pandémico, quanto refletir sobre o que poderá vir a ser o mundo quanto ultrapassarmos esta situação.
Historicamente, é nos momentos de crise que a essência, virtualidades e vulnerabilidades dos sistemas vem ao de cima. A situação que hoje se vive não deve ser exceção. 
Importa então refletir sobre o potencial histórico do momento que estamos a viver e o que pode acontecer num futuro próximo, fazendo uma análise reflexiva que traz para o estudo uma série de considerações sobre a forma como os estados e os cidadãos lidam com as catástrofes, mesmo que tão imprevisíveis como a do COVID-19.
Perante uma crise global, as reações e reflexões sobre o vírus poderão ser determinantes na definição de uma nova sociedade depois de tudo passar. 
O momento que vivemos é provavelmente o primeiro teste à globalização e ao sistema de governança politica dos estados. O que era inimaginável há algumas semanas, agora parece possível. De repente muitos estados conseguem investir milhões em infraestruturas públicas, suspender o pagamento de empréstimos ou das contas de serviços públicos, garantir uma espécie de rendimento básico à população, nacionalizar hospitais, oferecer educação grátis, e muito mais. Já para não falar na mudança climática – nunca nas últimas décadas tivemos um decréscimo tão grande na poluição atmosférica. 
Isto mostra que por muito assustador que seja o vírus, ele não é necessariamente um inimigo. Ele também pode ser uma oportunidade, para os sistemas, os estados e as pessoas mudarem de vida.
A situação que hoje vivemos não necessita apenas que a ela reajamos. É preciso também e em simultâneo que criemos espaço para mudarmos. 
Impõe-se que a partir da catástrofe construamos uma nova normalidade.

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