UM PLANO DE APOIO DE EMERGÊNCIA PARA AS ASSOCIAÇÕES HUMANITÁRIAS DE BOMBEIROS


A crise decorrente da epidemia do Covid-19 está a afetar gravemente a atividade económica do país. Cerca de 60 mil empresas já aderiram à Lay-off abrangendo 171.589 trabalhadores. Anuncia-se a falência de muitas outras empresas e de pequenos negócios, lançando no desemprego muitos milhares de pessoas.
Entre as entidades que estão a sofrer um forte impacto pela referida situação, destaco as Associações Humanitárias de Bombeiros (AHB). Estas instituições, através dos seus corpos de bombeiros, são responsáveis anualmente pelo desempenho de mais de um milhão de serviços, nas diversas valências da sua missão.
Sabe-se que uma significativa parte dos serviços diariamente prestados pelos corpos de bombeiros detidos por estas instituições, são hoje assegurados por recursos humanos profissionais, apoiados por uma segunda linha de bombeiros voluntários. Resulta deste facto que o peso dos custos com pessoal representam uma percentagem bastante elevada nos orçamentos anuais das AHB.
Num quadro de perda de receitas pela significativa redução dos serviços de transporte de doentes em ambulância prestados pelas AHB (uma das principias receitas próprias da maioria destas instituições), bem como o esforço que lhes é exigido pela sua diversificada (embora pouco visível) participação em múltiplas ações e planos de resposta no combate ao Covid-19, são já muitos os alertas lançados pela Liga dos Bombeiros Portugueses e por muitos responsáveis destas imprescindíveis instituições, para os riscos de estrangulamento financeiro que estão a correr, exigindo por isso que o Governo conceba e viabilize um plano de apoio de emergência, que minimize os efeitos devastadores da crise.
Para alem dos elogios e das homenagens, justas e sempre estimulantes, o que os bombeiros, os seus comandos e dirigentes necessitam é que, no curto prazo, os responsáveis políticos tenham em consideração que aqueles agentes de proteção civil desempenham uma missão essencial em todo o país e que, depois de ultrapassada a crise, continuarão a ser imprescindíveis nas diversas vertentes do apoio e socorro às populações. Para isso as entidades detentoras dos corpos de bombeiros de raiz associativa e voluntária terão de ser apoiadas, para vencerem o desafio de sobrevivência económica e financeira com que neste momento se confrontam.


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