A EMERGÊNCIA DAS NOSSAS VIDAS




Em isolamento voluntário, por decisão própria e por imperativo de consciência cívica, face à ameaça coletiva que representa a pandemia do COVID-19, recolho-me em casa e apetrecho-me  de toda a informação disponível - tendo por base diversas e credíveis fontes - para acompanhar a evolução da situação, a nível global e do nosso país.
Confesso que a informação é tanta que tive de definir uma metodologia de tratamento da mesma, para evitar ser engolido por ela.
Assim, e como ponto partida, importa termos presente que esta pandemia, comparando com as precedentes, é a que alastrou mais rapidamente, num curto espaço de tempo, transformando-a numa ameaça global, que nesta data já atinge 142 países de todos os continentes do mundo.
Segundo  o Center for Systems Science and Engineering da  Universidade Jonhs Hopkins, registam-se no mundo 156.400 pessoas infetadas e 5833 mortos. Dos mortos destacam-se 3085 na China, 1441 em Itália, 611 no Irão e 196 em Espanha.
Por cá, os dados difundidos às 12 horas pela Direção Geral de Saúde, apontam para 245 infetados confirmados, na sua maioria na Região de Lisboa e Vale do Tejo e no Norte do país.
Este não é ainda o tempo de se fazer avaliações, nomeadamente quanto aos impactos profundos, de natureza social e económica, que esta emergência sanitária irá provocar nas nossas vidas. Porém já podemos concluir que esta é a emergência das nossas  vidas.
A forma como a comunidade internacional, os governos dos países, os sistemas de resposta à emergência, as comunidades e cada cidadão individualmente considerado, responder a este inimigo invisível comum, condicionará o tempo que se seguirá após a ciência conseguir vencer este vírus. 
Daqui, do meu observatório, já identifiquei algumas falhas (anteriormente identificadas) nos nossos sistemas, tornando imperativa a construção de um Sistema Nacional de Gestão de Emergências, que assegure a unidade de comando operacional e a decisão política unificada. Esta decisão, face à previsibilidade futura da multiplicação de eventos resultantes de riscos a que a comunidade está exposta, acabará por tornar-se inadiável a curto e médio prazo.
Mas este não é o tempo do debate sobre esta matéria. Por agora "é tempo de prudência, não de pânico. De ciência, não de estigma. De factos e não de medo", conforme nos recomenda o secretário geral das Nações Unidas, António Guterres.
É tempo de todos fazermos a nossa parte, para nos cuidarmos e cuidarmos de todos os demais. É tempo de confiarmos nos sistemas que temos, nos cientistas que estudam e nos governantes que nos governam. É tempo de deixarmos os "achólogos" a falarem sozinhos.

Nota:
A partir de hoje, regresso ao convívio regular dos meus leitores. Até ver, diariamente.



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