A OPERAÇÃO DE RESGATE NA GRUTA THAM LUANG
O mundo tem acompanhado com ansiedade a operação de resgate dos 12 jovens e do seu treinador, há duas semanas retidos na gruta Tham Luang Nang Non, na província Chiang Rai, no norte da Tailândia.
Tudo começou quando no dia 23 de
junho os rapazes, com idades compreendidas entre 11 e 16 anos, e o seu
treinador de 25 anos, foram explorar a caverna depois de um jogo de futebol.
Entretanto e em consequência das inundações resultantes das monções a saída foi
bloqueada pela água impedindo que as equipas de resgate os encontrassem durante
nove dias, pois a única maneira de chegar até ao local onde se encontram é
mergulhando através de túneis escuros e estreitos, cheios de águas turvas e
correntes fortes.
Em conferência de imprensa o
governador da província de Chianga Rai, Narongsak Osatanakorn, anunciou ao princípio
da noite de domingo (início da tarde em Lisboa), que foram resgatadas quatro
crianças. Referiu ainda que estão envolvidos na operação 50 mergulhadores
estrangeiros e 40 tailandeses e que a operação tem de ser interrompida por um
período de 10 horas, para os mergulhadores reporem o oxigénio, uma vez que
estes esgotaram todas as reservas.
Ao longo do dia procurei compilar
diversa informação de cadeias de televisão e edições online dos principias
jornais internacionais e alguns sites especializados. Naturalmente que
acompanhei o tempo de emissão dedicado a esta operação por cadeias de televisão
nacionais.
De toda informação recolhida
algumas conclusões retirei:
1. Ao
longo de toda a operação o único decisor político que prestou declarações à
comunicação social foi o governador da província onde a mesma está a decorrer.
2. A
complexidade da operação evidencia: um rigoroso planeamento; uma qualificada
especialização na gestão de crise; uma sóbria estratégia de comunicação, privilegiando
a tranquilidade das equipas multidisciplinares envolvidas em prejuízo do
espetáculo.
3. O
carácter decisivo da função de liderança, exercida pelo treinador na
estabilização psicológica e emocional dos jovens, num ambiente agressivo e
vulnerável a que têm estado sujeitos ao fim de tantos dias.
4. A
ausência de julgamentos persecutórios e de críticas destrutivas, tanto no que
concerne às causas do acidente como à intervenção das forças envolvidas no
resgate.
Quanto à cobertura dada pelas
televisões nacionais a este acontecimento de inquestionável interesse público,
sublinho a falta de rigor na difusão de notícias, que minutos depois tiveram de
corrigir. Sublinho ainda a fobia de convidar para estúdio personalidades com o
estatuto de especialistas, numa operação da qual não há referencias anteriores
e, por consequência, não é possível interpretar sem uma criteriosa análise e
estudo sobre os dados multidisciplinares da mesma.
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