SOMOS UM PAÍS DE PIRÓMANOS?
O antigo dirigente dos Serviços
Florestais dos EUA, Mark Beighley, esteve em Portugal para apresentar um
relatório intitulado “Gestão de incêndios florestais em Portugal numa nova era
– avaliar riscos de fogo, recursos e reformas”. No documento que foi
apresentado no passado dia 20 de abril no Instituto Superior de Agronomia, é
feita uma fundamentada e documentada análise à realidade dos incêndios florestais
em Portugal.
Como habitualmente os que deviam
debruçar-se, com estudo e ponderação sobre o que a comunidade técnica e
cientifica – nacional ou estrangeira – vai produzindo sobre esta problemática,
resumiram a sua apreciação aos comentários do costume, repetitivos, vazios de
conteúdo e incapazes de desfazer os efeitos provocados na opinião pública pelas
mensagens chave emitidas por mais um documento tecnicamente validado.
Li na integra o relatório de Mark
Beighley e encontro nele aspetos positivos (porque solidamente fundamentados) e
outros de natureza meramente especulativa.
Não cabe neste espaço analisar
com a profundidade exigível uns e outros. Mas entendo necessário que reflitamos
nesta afirmação do referido especialista a propósito do elevado número de ignições
que o nosso país regista: “Quando comparado com outros países do sul (da
Europa) com as mesmas condições meteorológicas e de combustíveis, Portugal
apresenta um desproporcional número de ignições de origem humana face à sua
população”. E acrescenta: “Não são terroristas, não são aviões, são os vossos
vizinhos que provocam incêndios. Os portugueses são o problema, mas também são
a solução”.
A este propósito cabe perguntar:
alguém já estudou com a necessária sustentação técnica e cientifica as causas
desta evidência? É que só se combate com eficácia o que efetivamente se
conhece. Pelo que em matérias desta complexidade, os palpites são apenas isto:
palpites.
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