QUE BOMBEIROS ESTE PAÍS QUER?

Há uma reflexão que volta a ser urgente. Muitos de nós propomos, desde há muito, que o país (cidadãos, autarcas e órgãos de soberania) responda de forma clara e com todas as consequências a esta pergunta muito simples: Que Bombeiros este país quer?

Sei que esta semana realiza-se o 43.º Congresso Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), mas também sei que não será neste fórum que esta pergunta terá resposta. Sei que muitos têm medo das conclusões que dela possa resultar. Sei que muitos outros anseiam que ela se faça. Sei também que alguns espreitam a oportunidade de reduzir a intervenção dos corpos de bombeiros a um papel meramente residual no sistema de protecção civil, pela incapacidade das instituições representativas das estruturas de Bombeiros desenharem um rumo, construído por ideias e projectos e não pelas retóricas do costume. Sei tudo isto.

Mas também sei que esta é a hora de não adiar mais a referida reflexão, com coragem, humildade, seriedade de propósitos, abertura de espírito e convicção.

Todos os que gostam dos Bombeiros, porque os têm agarrados à pele até ao fim dos seus dias, entre os quais me incluo, têm o dever de participar neste debate. Esta decisão engrossará certamente a trincheira do combate na defesa dos Bombeiros do presente e na construção dos Bombeiros do futuro. Sim do futuro, desse tempo que só existirá se tivermos consciência de que o tempo que vivemos é o embrião de um outro tempo que virá, mais exigente e para o qual todos temos a obrigação de nos preparar.

Depois do Congresso da LBP, comprometo-me a propor uma iniciativa nacional de reflexão tendo como tema a resposta à pergunta que repito: Que Bombeiros este país quer?
Nela desejo que participem os representantes de todas as estruturas representativas dos Bombeiros Portugueses, nomeadamente os dirigentes da LBP que forem eleitos no próximo fim de semana. 

Se alguma instituição quiser promover uma iniciativa com o mesmo objectivo, até ao final de Janeiro de 2018, eu fico à disposição. Porém que ninguém tenha dúvidas. A hora é de agir, com ideias e propostas inovadoras e participadas, alicerçadas no valor da identidade e na reivindicação firme e comprometida de um futuro digno e dignificado para os Bombeiros de Portugal, tendo por base a definição sobre o que os portugueses querem deles.