MISSÃO (QUASE) CUMPRIDA!




Conforme aqui escrevi, nos últimos dois meses dediquei uma boa parte do meu tempo à recolha, tratamento e análise de informação sobre a catástrofe do incêndio florestal que, em 17 de Junho último, se iniciou em Pedrogão Grande. A razão deste empenho encontra explicação no facto de ter tido a percepção, de que este não foi mais um dos muitos grandes incêndios que há mais de duas décadas marca o verão português, mas sim porque este é o incêndio. Para além das suas consequências humanas, traduzidas de forma dramática na perda de 64 vidas e nos ferimentos (alguns graves) provocados em 254 pessoas, este incêndio possui todas as evidências quanto às vulnerabilidades do sistema de protecção civil, tal como ele está estruturado no nosso país.
O Conselho Directivo do Centro de Estudos e Intervenção em Protecção Civil (CEIPC) acolheu a minha proposta de realização de um Relatório de Análise sobre a referida catástrofe.
Concluída que está a versão do Relatório para discussão do Conselho Directivo, vamos agora passar a esta fase, de modo a que o documento assuma uma dimensão institucional e não pessoal.
No próximo dia 17 de Outubro organizamos uma iniciativa de apresentação pública do Relatório. Depois iremos solicitar audiências a vários órgãos de soberania e entidades, para neles depositarmos o produto do nosso trabalho cívico.
Na introdução do documento precisa-se que O presente relatório assume a dimensão de um testemunho de cidadania, concretizado de forma independente e rigorosa, liberto de quaisquer condicionamentos, apenas motivado pelo serviço à Causa Pública e à melhoria constante dos dispositivos sistémicos de garantia da segurança de pessoas e bens”.
Assim sendo, considero-me recompensado pelo trabalho desenvolvido. Segue-se a fase de sensibilização de todos os que quiserem reflectir sobre a matéria concluída e proposta neste documento, de modo a que, em Portugal, nada fique como antes de 17 de Junho de 2017, no que ao ciclo de emergência se refere (prevenir, mitigar, responder, recuperar).


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