MISSÃO EM FÉRIAS




Estou de férias a partir de hoje. Duas semanas, com os dias divididos entre a praia a umas horas de trabalho, para concretizar uma missão que me proponho cumprir: perceber a catástrofe de Pedrógão Grande.
As últimas semanas foram maioritariamente dedicadas à recolha de depoimentos, analise de fontes locais, leitura de matéria publicada em órgãos de comunicação social, tratamento de estatística, busca de fontes oficias, enquadramento histórico de incêndios florestais anteriores, em resumo, tratamento e processamento de informação.
Há tantas perguntas que me inquietam. Há tantas possíveis respostas que me magoam. Há tantas evidências que exigem novas abordagens, novos desafios e novas soluções.
Não consigo estar de férias, simplesmente de férias e afastar do meu espírito tudo isto. Quero perceber o que (e porque) falhou. O incêndio de Pedrogão Grande é diferente de todos os outros, que ocorreram antes ou depois de 17 de Junho de 2017. É que antes deste, era-nos permitido passar adiante, até ao próximo incêndio. Era possível (mas mal) continuarmos a fazer experiências legislativas, operacionais e outras. Desta vez há 64 pessoas que morreram em condições dramáticas, e que exigem que criemos (todos nós) as condições para que esta catástrofe, tal como se desenrolou, não volte a acontecer.
As horas das minhas férias que vou dedicar a esta missão vão valer a pena. 
Quero estar à altura da missão que me foi atribuída pelo Centro de Estudos e Intervenção em Protecção Civil: elaborar um Relatório de Investigação sobre a catástrofe de Pedrógão Grande, a concluir até 15 de Setembro, para análise e posterior divulgação pública.


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