MAIS UM DESASTRE ANUNCIADO




O desastre ocorrido na madrugada do passado sábado na cidade de Mocoa no Sul da Colômbia constitui mais um exemplo, entre muitos, dos efeitos devastadores da conjugação entre os fenómenos climáticos e a actividade predadora do Homem.
A cidade de Moncoa é rodeada de montanhas. Estas têm sido arrasadas com operações ilegais de abate de árvores. A rápida sedimentação dos solos e as chuvas fortes provocaram o deslizamento de terras e o consequente arrastamento de resíduos para os rios, provocando o aumento do caudal e a inundação de enormes áreas de residência e de culturas.
 Esta tragédia anunciada regista, até há data, mais de 230 mortos e muitas centenas de feridos e desaparecidos, para além da destruição de bairros e de infraestruturas.
Como sempre acontece nestas circunstâncias, os bairros mais afectados são os mais pobres, porque as suas casas estavam implantadas em zonas de elevado risco de inundação.
Ao analisar as notícias deste desastre recordo a intervenção da chefe da Unidade de Segurança Humana das Nações Unidas, Mehnaraz Mostafavi, feita na passada quinta-feira em Setúbal, durante a Conferencia Internacional Riscos, Segurança e Cidadania, cuja Comissão Organizadora integrei, ao afirmar que “ É preciso um compromisso muito forte com a segurança humana” dado que hoje “vivemos num mundo em que as pessoas vivem inseguras” e são vitimas de “ ciclos de sofrimento”.
Para viabilizar-se o mencionado compromisso é necessário, tal como consta na Declaração final da Conferencia dar “centralidade à pessoa humana” e assumir-se “ uma nova cultura de exercício do poder, à escala global, baseada na ética dos valores humanistas”.



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