MUDANÇA DE PARADIGMA
Etimologicamente o termo
paradigma tem origem no grego paradeigma que
significa modelo ou padrão, correspondendo a algo que vai servir de modelo ou
exemplo a ser seguido em determinada situação.
Assim sendo, concluo que é
apropriada a aplicação deste termo á estratégia para o Sistema de Protecção
Civil, classificada como de “novo paradigma”, apresentada pelo Governo na
cerimónia realizada no passado dia 1 de Março, aquando da evocação do Dia da Protecção
Civil.
Na verdade centrar medidas
políticas e alocar recursos à Prevenção, constitui uma alteração nas
prioridades que têm sido o padrão de governação da Protecção Civil, em Portugal.
É evidente que tal mudança não
significa subestimar ou enfraquecer a resposta à emergência quando declarada.
Significa sim dar consequência à relação internacionalmente aplicada, tendo por
base uma evidência estudada e comprovada: por cada 5 dólares gastos em
prevenção, economizam-se 95 dólares na resposta.
Entretanto, para além dos
objectivos enunciados e que, no meu ponto de vista, merecem empenhado apoio,
urge identificar acções que confiram substancia prática ao caminho escolhido. Estas
ações para obterem total sucesso devem ter como pressuposto instrumental a
criação das adequadas redes e parcerias, bem como a alocação dos necessários
recursos, não se limitando ao acto legislativo nem ao mero inventário de
medidas.
Estamos perante uma oportunidade
de alinhar a política de protecção civil do nosso país pelas orientações dos
areópagos internacionais, cada vez mais focados na construção de sociedade
resilientes, onde a redução dos riscos e das vulnerabilidades é assumida como a
única forma de reduzir os danos e, assim, prevenir em vez de remediar.
Mas não haja ilusões. Só com o
envolvimento dos agentes de protecção civil, universidades, organizações da
sociedade civil e dos cidadãos o paradigma agora anunciado será concretizado.
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