A SEXAGENÁRIA RTP
Às 21h30 de 7 de Março de 1957
começava uma nova era. A partir de então iniciavam-se as emissões regulares da
Rádio Televisão Portuguesa (RTP). Depois de uma emissão experimental difundida
seis meses antes a partir da Feira Popular de Lisboa, a “caixa mágica” passou a
entrar todos os dias em casa de cada vez mais portugueses.
Em menos de um mês são registados
mil aparelhos. Um aparelho de televisão custava 5.900 a 7.800 escudos, valor
correspondente a oito a nove meses de salário de um trabalhador não qualificado.
Entretanto os preços rapidamente desceram e até ao fim de 1958 já havia no país
32 mil televisores.
Na escola primária recordo-me que alguns miúdos falavam da televisão que viam
nas suas casas. Eu ainda não tinha, mas já vira um ou outro programa na
leitaria do senhor Jorge, existente na minha rua. Só alguns anos depois passei
a ter televisão em casa. Recordo-me que no dia em que a televisão chegou foi
uma festa, para mim e para os meus irmãos.
Num inquérito à população, feito
em 1959, verificou-se que em Lisboa, três dos quatro espectadores já viam
televisão em casa e no Porto, dois em cada três. Ao invés da situação
verificada na capital e na Invicta, na província quatro em cada cinco
espetadores viam televisão em lugares públicos.
Hoje, segundo a Marketest, 2,6
milhões de lares em Portugal Continental possuem televisão em casa. Uma televisão bem
diferente daquela que me fascinou quando a vi pela primeira vez.
Neste dia de aniversário, resta
desejar à sexagenária RTP que prossiga a sua missão, orientando o seu projecto
pelo desígnio de serviço público que a deve diferenciar dos demais canais
televisivos disponíveis.
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