A GUERRA




O jornal Público começou a editar ontem (e continuará todas as quartas-feiras das próximas 13 semanas) a serie documental A Guerra, da autoria do jornalista Joaquim Furtado, dedicada aos 13 anos da guerra colonial, desenrolada em Angola, Moçambique e Guiné, até 1974.
Trata-se de um importante trabalho de investigação histórica, documentado em 14 DVD, cada um deles acompanhado de um livro, amplamente ilustrado, da autoria de Aniceto Afonso e Carlos Matos Gomes.
Nos DVD podem rever-se os 42 episódios da série exibida em 2007 e em 2013 na RTP, cuja qualidade mereceu a atribuição do Grande Prémio Gazeta 2007, a Joaquim Furtado.
Segundo a historiadora Irene Pimentel, nas três frentes de guerra, morreram 8 mil portugueses e ficaram feridos ou incapacitados mais de cem mil.
A história de Portugal no período de 1961 (inicio da guerra em Angola) e 1974 está substancialmente marcada pala guerra colonial. Mas a história da vida da minha geração também. Quem participou neste conflito, em qualquer uma das frentes em que ele se desenrolou, subscreve certamente esta constatação.
Começa a existir bastante material de análise histórica sobre as causas e consequências políticas da guerra colonial. Mas falta ainda dar consistência histórica às consequências desta guerra na formatação da vida de muitos milhares de jovens, das três gerações de portugueses que foram atirados para ela.
É talvez a ausência deste inventário histórico que continua a alimentar os muitos convívios anuais de ex-combatentes, um pouco por todo o país. Nestes reencontros com a memória, todos nós – seja qual for o nosso posicionamento político sobre o conflito colonial português – sentimos necessidade de manter vivo um tempo que traçou a primeira etapa do percurso das nossas vidas.
Talvez seja tempo de contar a história das histórias dos jovens soldados portugueses que fizeram a guerra colonial. Para memória futura e valorização do presente. 

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