UMA DESPUDORADA DESIGUALDADE




Não é retórica nem propaganda. De facto o mundo em que vivemos é cada vez mais desigual e injusto. Os ricos estão cada vez mais ricos e o número de pobres não para de crescer.
Ouvimos continuamente os mesmos do costume defenderem que é preciso que os pobres se tornem ricos, e não que os ricos fiquem menos ricos.
Os dados demonstram que para fazer um rico é preciso gerar muitos pobres, pelo que a referida equação, para além de demagógica, tem as variáveis subvertidas.
Um estudo elaborado pela OXFAM, uma organização não-governamental que agrega 18 organizações de 90 países, revela que as desigualdades estão a aumentar exponencialmente. Este documento vai ser apresentado no Fórum Económico Mundial, que esta semana junta em Davos, Suiça, os mais ricos do planeta.
Vejamos algumas das conclusões inseridas no referido documento:

1. Desde 2015 que os 1% dos mais ricos detêm mais riqueza que o resto do planeta.
2. Oito pessoas têm agora tanta riqueza como a metade mais pobre da população mundial.
3. O rendimento dos 10% mais pobres aumentou menos de três dólares por ano, no período de 1988 a 2011, enquanto o rendimento dos 1% mais ricos aumentou 182 vezes este valor.
4. O presidente de uma empresa cotada na bolsa de Londres ganha tanto por ano, como 10 mil trabalhadores numa fábrica no Bengladesh.
5. Nos próximos 20 anos, 500 pessoas irão deixar aos seus herdeiros cerca de 2,1 biliões de dólares, um valor superior à economia da Índia, ou mais de 10 vezes que a economia portuguesa.

Segundo a organização promotora deste estudo, a desigualdade que alastra pelo mundo deve-se aos constrangimentos que têm sido criados pela proliferação dos salários mais baixos, à evasão fiscal e ao controlo cada vez mais rígido dos custos, tendo por objectivo garantir rendimentos mais elevados aos accionistas dos grandes grupos económicos.
Deste modo os senhores que se seguem têm agora mais riqueza acumulada que a metade mais pobre da população mundial: Bill Gates, Amancio Ortega (fundador da Zara), Warren Buffet, Jeff Bezos (da Aazon), Mark Zuckerberg (Facebook), Larry Elison (Oracle) e Michael Bloomberg.    
Convido os leitores a formularem a si próprios uma pergunta que me inquieta há muitos anos: que fazer?

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