UM PORTUGUÊS MAIOR
Ontem (sábado) recebi um alerta do jornal Público: “Morreu Mário Soares. Adeus a um português
maior.” Seguiram-se outros alertas, dos vários jornais dos quais sou
subscritor.
A notícia já era esperada. Não
foi então uma surpresa. Mas aquele título do Público provocou-me uma reacção de
espontânea adesão. Sim, Mário Soares foi um “português maior”. E isto porque
embora muitos sejam candidatos a esta condição de “maior” só alguns merecem tal
classificação.
A história de Portugal dos
últimos 50 anos, antes e depois de 25 de Abril de 1974, tem este cidadão como
protagonista.
Muitas vezes estive em desacordo
com a sua acção,enquanto líder do PS, mais tarde como Primeiro-Ministro e depois
Presidente da República. Mas sempre admirei a força e a convicção deste
homem-politico.
Apesar de tudo isto e à medida
que o tempo foi passando e que eu fui compreendendo a importância de algumas
figuras na história da nossa Democracia, solidifiquei a minha admiração por
este homem invulgar, no ponto de vista politico e cultural.
Tenho uma atitude de
distanciamento relativamente aos que nestes momentos procuram acicatar ódios
ideológicos e pessoais, porque incapazes de raciocinar mais adiante do espaço
que ocupam no universo, razão porque não conseguem perceber quando estão
perante homens maiores.
Tenho um profundo respeito por
dois políticos contemporâneos maiores: Mário Soares e Álvaro Cunhal. Em ambos
identifico os valores mais importantes que admiro nos actores políticos da nossa
Democracia: coerência, inteligência, coragem e convicção. São valores que,
salvo escassas e honradas excepções, rareiam por aí.
Com a morte de Mário Soares
fecha-se um ciclo da história política de Portugal. Resta ter esperança de que os exemplos destes portugueses maiores sejam seguidos pelas novas gerações.
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