SUPORTE BÁSICO DE VIDA NAS ESCOLAS





Num contributo que dei recentemente para o Plano Nacional de Segurança Rodoviário (PENSE 2020) defendi a necessidade de alargar a formação em Suporte Básico de Vida (SBV) aos alunos do 9º e 11º ano do secundário. Apresentei esta proposta pela primeira vez em 2008, no decorrer de uma audiência na Assembleia da República, na Comissão Parlamentar de Saúde, na qualidade de Presidente da Escola Nacional de Bombeiros. Defendi na altura e mantenho que o argumento de que o INEM não dispõe de meios humanos disponíveis para assegurar esta formação em todo o país é absurda, uma vez que pode recorrer-se aos Bombeiros e à Cruz Vermelha Portuguesa para este efeito, dado que possuem um elevado número de elementos habilitados para este efeito.
Esta semana o Presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, o cardiologista Miguel Mendes defendeu que o protocolo existente com o INEM para ministrar esta formação nas escolas é insuficiente. Além da formação teórica e prática em SBV, o referido médico considera que deve ser dada formação obrigatória aos alunos do 9.º e 11.º ano para usarem os desfibrilhadores automáticos externos (DAE). Miguel Mendes defende ainda que a referida formação deve repetir-se no primeiro ano do ensino superior.
Como é hábito no país vão-se falando das soluções, mas as decisões tardam.
O ideal será que um dia a generalidade dos cidadãos conheçam e saibam aplicar as manobras de reanimação ou de SBV, evitando-se deste modo vários casos de morte súbita. Mas enquanto isso não for possível, tem de se começar por algum sector da sociedade e a comunidade escolar é, seguramente, um bom ponto de partida.
Não se perca mais tempo com discussões estéreis. Afrontem-se os interesses instalados que continuam a impedir que aos cidadãos seja dada a formação de que necessitam, para serem parte activa na resolução de situações de emergência. Aproveitem-se todos os recursos humanos disponíveis e capacitados para ministrar esta formação nas escolas, nomeadamente os Bombeiros.
Não se esqueça que anualmente em Portugal haverá cerca de 10 mil pessoas que morrem de morte súbita. Este número pode ser reduzido. Basta agir já!


Comentários

Mensagens populares