2016 - TEMPO DE BALANÇO



Tal como faço todos os anos, nos últimos dias de Dezembro reservo algum tempo para reflectir sobre o ano que se aproxima do fim. Faço este exercício com o apoio da minha agenda e com um olhar largo. Por isso posiciono-me em Portugal e no mundo, analiso e produzo conclusões sobre o que aconteceu de relevante, nos últimos 12 meses do ano.




Enquanto cidadão do mundo relevo como acontecimentos que capturaram a minha atenção: a crise dos refugiados que, segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) afeta quase 66 milhões de pessoas, em fuga de conflitos ou catástrofes; os ataques terroristas ocorridos na Bélgica, Alemanha, França e Estados Unidos da América (EUA), provocados pelo fundamentalismo religioso; a perigosa eleição de Donald Trump como presidente dos EUA.
Por cá e como português destaco como acontecimentos muito relevantes: a eleição de António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas; as eleições para a Presidência da República; os resultados positivos do 21.º Governo Constitucional, presidido por António Costa; o Campeonato Europeu de Futebol, no qual Portugal se sagrou, pela primeira vez, Campeão da Europa; a vitória do TRI pelo meu Benfica.


Mas foram os acidentes graves e as catástrofes que ocorreram no mundo ao longo deste ano que mereceram a minha especial atenção, no âmbito da minha actividade diária.
No dia 9 de Fevereiro, a colisão de dois comboios, no estado da Baviera, na Alemanha, provoca a morte a uma dezena de pessoas e deixa uma centena e meia feridas. Um acidente capaz de merecer a devida atenção, por quem se interessa pela problemática da segurança ferroviária.
No dia 19 de Março, um Boeing 737, proveniente do Dubai, despenhou-se ao aterrar no aeroporto de Rostov-do-Don, na Rússia, matando 61 pessoas.
No Equador a terra tremeu violentamente no dia 16 de Abril. O sismo atingiu a magnitude 7,8 na escala de Richter e matou 673 pessoas.
No dia 24 de Agosto, a vila de Amatrice, em Itália, quase desapareceu. O sismo de magnitude 6,2 na escala de Richter matou 299 pessoas e deixou centenas sem casa. Em Outubro, o centro de Itália voltou a sofrer dois fortes sismos, não provocando vítimas, mas que resultaram no colapso de inúmeras casas e edifícios. Recolhi vasta informação sobre estas ocorrências, que estou a analisar.
Em 12 de Novembro a Nova Zelândia voltou a ser atingida por dois sismos, um de magnitude 7,8 na escala de Richter, outro de 6,3. Os sismos deixaram apenas duas vítimas mortais, mas provocaram danos muito elevados nas infraestruturas da ilha.
No dia 29 de Novembro, o avião que transportava a equipa de futebol do clube brasileiro Chapecoense despenhou-se na Colômbia a cerca de 30 quilómetros de Medellin. Morreram 71 pessoas, entre as quais vários jogadores.
No passado dia de Natal despenhou-se no mar Negro um avião militar, provocando a morte de 92 pessoas.
Recordo, ainda, os efeitos devastadores de incêndios florestais, em Portugal e na Califórnia; o furacão Mathew que provocou centenas de mortos no Haiti e as cheias que geraram o caos no norte e centro da China.
Da maioria dos acontecimentos registados em 2016, aos quais me refiro neste texto, resulta a conclusão de que vivemos um tempo de enorme insegurança global, que desafia os Estados a desenvolverem sistemas de prevenção e socorro cada vez mais eficazes e eficientes. Para que assim seja, impõe-se que os decisores políticos disponibilizem ação e recursos atempados, para reforçar a resiliência das comunidades, face às ameaças a que estão cada vez mais expostas.
Esta é uma das lições de 2016, que não devemos ignorar. É que já não há lugares absolutamente seguros em qualquer parte do mundo.

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