COMENTADORES OU PREDADORES?
Confesso que me impressiona a
mediocridade que parece estar a tomar conta do espaço mediático no nosso país.
Nas televisões e nos jornais ( com honrosas excepções) o comentário transformou-se em emprego de
deserdados do jornalismo, da política, do futebol, de tudo e de nada. Na sua
maioria são comentadores de facção. Dizem todos os dias o mesmo, pelas mesmas
razões, ao serviço dos mesmos interesses sem um mínimo de questionamento, que
ajude o cidadão a pensar, a optar e a intervir.
Estes personagens têm
responsabilidades na desconfiança generalizada que se instalou na sociedade
portuguesa, relativamente às instituições; têm responsabilidades na crise de
representatividade que está a minar o sistema democrático; têm responsabilidades
no processo de lenta destruição da nobre missão do jornalismo, muitas vezes com
a cumplicidade de vários jornalistas.
São comentadores ou predadores?
Assalta-me a dúvida quando (ainda) os oiço. Resisto à missão que lhes foi
confiada, ou seja formatar o nosso pensamento, com as inevitabilidades das suas
verdades de pacotilha, alicerçadas em saberes de via única, como se vivêssemos
numa espécie de liberdade, cada vez mais condicionada.
Desde muito jovem que defendo o
direito fundamental à livre expressão do pensamento, escrito ou falado. Mas
também desde muito jovem me indigna o facciosismo e a arrogância
pseudointelectual.
Faltam espaços alternativos nos
meios de comunicação social portugueses, independentes dos “donos disto tudo”.
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