CATÁSTROFES AFECTAM MUITOS MILHÕES DE PESSOAS




Passou despercebido entre nós o relatório que há precisamente uma semana foi divulgado, em Genebra, pelo Escritório da ONU para a Redução do Risco de Desastres e pelo Centro de Pesquisa da Epidemiologia dos Desastres (CRED), da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, a propósito das catástrofes ocorridas no mundo, em 2015. Somos felizmente um país onde os episódios catastróficos são pouco frequentes, pelo que as catástrofes que ocorrem no mundo, cada vez com mais vítimas e elevados prejuízos materiais, desfilam perante nós, numa vertigem de noticias que nos entram pela casa dentro, sem termos efectiva consciência delas.
Segundo o referido documento, em 2015 cerca de 98,6 milhões de pessoas foram afectadas, pelas 346 catástrofes que ocorreram no período. Em 92% dos casos, o clima foi a principal causa, potenciados pelo fenómeno de El Niño, que flagelou várias partes do mundo, com particular severidade.
O maior impacto das referidas catástrofes foi produzido pelas 32 secas extremas registadas no ano em análise, mais do dobro que a média verificada na década anterior, afectando 50,5 milhões de pessoas, especialmente em África.
"As secas vão piorar em 2016. Neste ano vamos enfrentar um desastre humanitário por esta razão, com êxodos de população e migrações", previu a directora do CRED, Debarati Guha-Sapir, em entrevista colectiva concedida no decorrer da apresentação do relatório.
Quanto às grandes inundações, elas ocuparam o segundo lugar, com 27,5 milhões de pessoas afectadas, nas 152 ocorrências registadas em todo o mundo.
As tempestades - intensificadas pelas alterações climáticas motivadas pelo aquecimento do planeta - constituíram o terceiro tipo de catástrofe que mais pessoas afectou: 10,5 milhões.
Os terramotos foram menos frequentes, mas são a ameaça natural mais mortal, sendo responsáveis pelo maior número de vítimas mortais, como o que aconteceu no Nepal, que causou 8.831 mortos, 39% do total de 22.773 mortos ocorridos no ano transacto.
As temperaturas extremas foram outra categoria de catástrofe particularmente grave em 2015, devido a várias ondas de calor.
"Vários países da Europa enfrentaram limites de calor com números significativos de vítimas mortais, sobretudo em França, enquanto a Índia e Paquistão experimentaram ondas de calor que estiveram entre as mais graves dos últimos tempos", relatou Guha-Sapir. A este propósito esta especialista considerou que "A mortalidade pelas ondas de calor está muito subestimada".
Finalmente quanto aos prejuízos materiais, o relatório refere que eles ascenderam a 66,5 mil milhões de dólares.

Comentários

  1. E muito do que tem vindo a acontecer e vai continuar a acontecer, é fruto do bicho homem que todos os dias trata mal a mãe natureza. E o bicho homem não tem emenda, infelizmente. Todos os dias piora.

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