“OS SISMOS SÃO SEMPRE TERRÍVEIS”




O Professor Carlos Sousa Oliveira é uma autoridade científica no domínio da sismologia. Depois de trabalhar 20 anos no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), exerce docência no Instituto Superior Técnico, há também duas décadas.
Conheci-o há 10 anos, quando presidi à Escola Nacional de Bombeiros. Tivemos uma reunião para avaliar o tipo de formação a ministrar aos elementos dos corpos de bombeiros, para que estes pudessem conhecer a reacção das estruturas construídas, perante um episódio sísmico. Fiquei rendido ao nível do conhecimento que este académico possui. Devo-lhe a inspiração para as muitas horas que investi, na biblioteca do LNEC, a estudar esta matéria.
Na edição de Fevereiro da Revista Municipal Lisboa, editada pela edilidade da capital, foi publicada uma interessante entrevista com o Professor Carlos Sousa Oliveira. Nela o ilustre cientista aborda o risco sísmico de Lisboa.
Questionado sobre “ Qual deveria ser a prioridade na prevenção” respondeu:
“ É muito importante que a nossa sociedade adquira uma cultura de risco. É preciso proporcionar informação aos miúdos das escolas para uma cultura de risco, para que as novas gerações estejam mais preparadas, Hoje, o grupo etário entre os 25 e os 50 anos, a força viva da sociedade, não liga nenhuma aos sismos, porque nunca foi sujeito a nenhum. Nós temos de saber viver com as ameaças todos os dias, com as cheias, com o terrorismo e com todos os fenómenos que aparecem. Temos de educar os arquitetos e engenheiros para que trabalhem em conjunto. Nós olhamos para o Terramoto de 1755 e olhamos para os benefícios (uma Baixa muito bonita, fomos os primeiros a construir com a gaiola pombalina), mas esquecemos que perdemos (30 ou 40 mil pessoas) e um património imenso). Os sismos são sempre terríveis.”
Não tenho qualquer dúvida. Há um longo caminho a percorrer na educação da população, de todas as idades, para aprender a lidar com este risco.


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