O PODER DA PALAVRA



Na passada sexta-feira almocei com o meu amigo Padre Vítor Melícias. Um almoço, como todos os outros que fazemos frequentemente: rico na discussão de ideias, exigente nas discordâncias e intenso nas aprendizagens que uma personalidade como Vítor Melícias proporciona.
Desta vez fui agradavelmente surpreendido com a oferta de um livro, que o meu amigo prefaciou, intitulado “Todos os Dias com Francisco”. Trata-se da selecção de “ pensamentos, ditos e gestos” do Papa Francisco em diversas ocasiões, coligidos por Helder Guégués, numa iniciativa da Guerra e Paz, Editores.
Reafirmo que, para além da minha formação católica, tenho uma enorme admiração intelectual por este Papa, sobretudo por ele abordar as prementes questões terrenas, livre da má doutrina e dos maus exemplos que afastou tanta gente da igreja de Roma.
Não resisti a ocupar parte do meu Domingo a ler este livro. Na verdade trata-se de um expressivo repositório do pensamento de Francisco sobre o estado do Mundo em que vivemos e que ele nos desafia  a mudar.
Um agnóstico de que também sou amigo, dizia-me há dias que “pela primeira vez na vida” sente no Papa Francisco “uma inspiração, que abala a falta de crença de qualquer homem”.
Deixo aos leitores três transcrições do livro, as duas primeiras extraídas de intervenções do Papa e a terceira com uma notícia difundida pelos serviços de imprensa do Vaticano, que demonstram o poder da palavra, enquanto corajosa expressão do pensamento alicerçado em valores:

“ Paz e liberdade pedimos para tantos homens e mulheres, sujeitos a formas novas e antigas de escravidão por parte de indivíduos e organizações criminosas. Paz e liberdade para as vítimas dos traficantes de droga, muitas vezes aliados com os poderes que deveriam defender a paz e harmonia na família humana. E paz pedimos para este mundo sujeito aos traficantes de armas, que lucram com o sangue dos homens e mulheres”.

 “ Manter viva a realidade das democracias é um desafio deste momento histórico, evitando que a sua força real – força política expressiva dos povos – seja removida face à pressão de interesses multinacionais não universais, que as enfraquecem e transformam em sistemas uniformizadores de poder financeiro ao serviço de impérios desconhecidos”.

“ No dia 8 de Agosto de 2013, Francisco publicou, por meio de um motu próprio, um conjunto de novas regras sobre o combate à corrupção e à lavagem de dinheiro, que passa pela criação de uma Comissão de Segurança Financeira que coordenará as autoridades competentes da Santa Sé e do Estado do Vaticano em matéria de prevenção e de combate à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo e à proliferação de armas de destruição maciça”.





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