AS VULNERABILIDADES QUE A ÁGUA EXPÕE
No passado fim de semana as
bacias dos rios Minho, Lima, Cávado, Ave, Vouga, Douro e Mondego protagonizaram
mais de dois mil ocorrências de alguma gravidade, resultantes do elevado índice
de pluviosidade que caiu nas regiões Norte e Centro do território do
Continente. As águas galgaram as margens dos rios e riachos, arrastando armazéns,
carros, animais, culturas e casas. Deslizamentos de terras, inundações em várias
cidades, quedas de árvores, interrupção de estradas (na sua maioria municipais)
foram outras as ocorrências que marcaram o quotidiano das populações, dos
Corpos de Bombeiros e dos Serviços Municipais de Protecção Civil, nos últimos
três dias.
Balanço: muitos milhares de euros
de danos materiais e um morto.
Os alertas foram feitos pela
ANPC, de modo atempado. A maioria dos autarcas e os serviços que tutelam
responderam com eficácia.
Analisando mais em detalhe
algumas das ocorrências, elas revelam o que todos já sabem: o nosso território
possui múltiplas vulnerabilidades ao nível do ordenamento. Uma delas é o comportamento das bacias hidrográficas, uma vez
que, quando pressionadas por níveis anormais de chuva, revelam as múltiplas
fragilidades que as caracterizam.
Como sempre tem acontecido,
quando as chuvas passarem e as inundações entrarem no corredor sem fundo da nossa
memória, o país virar-se-à para os incêndios florestais. E de ciclo em ciclo
das ocorrências meteorológicas, vamos empurrando para diante a resolução das
causas das mesmas, esperando sempre que os seus efeitos sejam minimizados pela
intervenção dos Bombeiros e dos serviços de protecção civil.
Esta é a nossa sina? Não. É sim consequência do laxismo que nos diminui.
Esta é a nossa sina? Não. É sim consequência do laxismo que nos diminui.
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