OS NEGÓCIOS DO FUTEBOL
Nas últimas semanas foram
tornados públicos três contratos entre o Benfica, o Sporting e o Porto com as
operadoras NOS e MEO, ascendendo no conjunto a mais de mil milhões de euros. Segundo
divulgaram os meios de comunicação, os referidos contratos incluem direitos de
transmissão, gestão de canais televisivos por cabo, exclusividade de
publicidade, patrocínio de imagem nos equipamentos e outras contrapartidas.
Muitos comentadores referiram-se
aos contratos milionários, quase todos alinhando na estúpida competição sobre
qual o clube que mais ganhou com os mesmos. Na verdade é irrelevante saber quem
ganhou mais. O que é relevante é perceber de forma clara como se chega a estes
valores e quem, em última análise, os vai pagar.
No passado fim de semana tomei
conhecimento de que o deputado do PS na Assembleia da República, Ascenso
Simões, fez um requerimento ao Ministério da Educação, através do gabinete do
Secretário de Estado da Juventude e Desportos, à Entidade Reguladora da
Comunicação Social, à Autoridade Nacional de Comunicações e à Autoridade da
Concorrência, pedindo oportunos esclarecimentos, em especial se a natureza
destes negócios pode inserir-se no domínio das SAD´s.
Sou um apaixonado pelo espectáculo
do futebol e pelo meu clube (Benfica) do qual sou associado há muitos anos.
Mas sou sobretudo um cidadão, que
exige viver numa sociedade transparente onde o negócio do futebol também deve
ser escrutinado. Por isso saúdo a coragem do referido deputado, ficando na expectativa
de que as respostas às suas questões venham a ser do domínio público.
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