SOCIEDADE DE RISCO
No relatório do Painel
Internacional sobre as Alterações Climáticas, de Fevereiro de 2007, li que “ O
debate académico sobre as alterações climáticas terminou, mas as discussões
políticas e morais atingiram um novo patamar. Os investigadores constataram, com
rara clareza para questões tão complexas, que o ser humano é o principal
responsável pelo aquecimento global. A verdadeira novidade, a mensagem provavelmente
histórica deste relatório, consiste na determinação com que todas as evasivas e
dúvidas no que diz respeito às alterações climáticas provocadas pelo ser humano
são dissipadas”.
Todos sabemos que as guerras por
recursos limitados – terra, água potável, petróleo – são tão antigas como
Homem. Porém o problema que hoje se coloca é que as alterações climáticas estão
a ameaçar o abastecimento de cada um destes recursos, pondo em causa a vida de
milhões de pessoas em todo o mundo.
Sabe-se que se a temperatura
global subir quatro a cinco graus Celsius, as cidades de Londres, Nova Iorque e
Tóquio podem ser engolidas pelo mar.
Para evitar a tragédia global que
a comunidade científica prevê para as próximas décadas, exige-se um compromisso
justo, num mundo em que tanto as riquezas como os riscos estão distribuídos de
modo criminosamente desigual.
Olhamos para o mundo onde
vivemos, condicionado pela ideologia dos “mercados” e por economias de casino,
e somos tentados a desistir de acreditar na utopia de alterar a postura dos
Estados para enfrentar a perigosa ameaça que representa para a Humanidade os
efeitos das alterações climáticas. Mas há sinais positivos no horizonte. No
próximo mês de Dezembro reúne, em Paris, a 21ª Cimeira do Clima, que culmina
mais de 20 anos de negociações, sobre os auspícios das Nações Unidas.
Aguarda-se um novo acordo internacional sobre o clima, para diminuir a emissão
de gases de efeito de estufa.
Esperemos que finalmente os
Estados resistam à soberania ilegítima dos “mercados” e tomem medidas para
diminuir o risco de uma catástrofe climática eminente.
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