INCÊNDIOS FLORESTAIS 2015 HORA DE AVALIAÇÃO
Na reunião de 30 de Março deste
ano, a Comissão Nacional de Protecção Civil aprovou, por proposta da Autoridade
Nacional de Protecção Civil, a Directiva Operacional Nacional (DON) nº 2 –
DECIF 2015.
Neste documento é dada
consequência operacional aos objetivos estratégicos e metas estabelecidas no
Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios "que visam globalmente,
para o horizonte temporal de 2012-2018, a redução da superfície percorrida por
incêndios florestais, para valores equiparáveis à média dos países da bacia
mediterrânica”.
Tendo presente os números
disponíveis, sabemos que nos últimos 15 anos Portugal foi o país, dos cinco do
sul da Europa, com uma média de área ardida mais elevada.
Os dados provisórios relativos a
2015, dão-nos alguns indicadores positivos quanto à evolução qualitativa da
resposta do dispositivo de combate, atendendo à condições de severidade
verificadas este ano no designado período critico. De acordo co o IPMA “ o verão
de 2015 (Julho, Agosto e Setembro) em Portugal Continental foi classificado
como muito quente e muito seco, sendo o 5º mais quente depois de 2000 (depois
de 2005,2004,2003 e 2006) e o 9º mais quente desde 1931.
A melhoria do dispositivo do
combate (em especial no que concerne à intervenção dos corpos de bombeiros) é
significativa, em especial em três domínios: prontidão de resposta, organização
do combate e interligação com os vários patamares do sistema. Mas quem teve
oportunidade de observar alguns teatros de operações, ao vivo, continua a
identificar algumas vulnerabilidades, desde há muito conhecidas e localizadas.
Fechada a fase Charlie, sempre
entendi que, imediatamente, este é o tempo de avaliação técnica, tendo como instrumento
de base a DON. Esta avaliação não deve assumir um caracter burocrático e
pré-concebido, validado em exercícios fictícios de democracia operacional. Esta
avaliação deve ser feita através de um processo orientado pelo conhecimento
sustentado, a humildade hierárquica e a coragem na decisão.
Os incêndios florestais continuam
a ser um grande problema para o país, com graves consequências humanas, sociais
e económicas. Ele só encontrará resposta quando um qualquer governo tiver a
capacidade de definir uma política sólida de gestão florestal para o nosso
país. Entretanto e enquanto aguardamos esse “milagre” cabe ao pilar do combate
a missão essencial da minimização dos danos. E esta é uma missão que tem de
continuar a perseguir elevados padrões de eficácia.
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