PEÇO A PALAVRA!




Esta semana escrevi neste espaço que é tempo dos cidadãos tomarem a palavra. E esta minha convicção é sustentada na constatação de que os meus concidadãos estão desanimados, desinteressados e desconfiados, de costas voltadas para a vida colectiva, centrados exclusivamente na sua própria vida.
Assim, até às eleições do próximo dia 4 de Outubro, vou utilizar este Repórter Caldeira para tomar a palavra, abordando com senso crítico, serenidade e rigor o desenvolvimento da campanha eleitoral que, em termos práticos, começou na passada quarta-feira com o debate televisivo entre os líderes da Coligação PSD-CDS e do PS, Pedro Passos Coelho e António Costa, respectivamente.
Este debate, transmitido em simultâneo pelas três televisões generalistas, foi visto por 3 milhões e 300 mil espectadores.
Um debate televisivo não é um combate de boxe e um estúdio de televisão não é um ringue, por isso recuso utilizar os termos “ganhar” ou “perder” para o classificar. Mas evidentemente que não fujo a uma apreciação do que vi e, por isso, afirmo que, neste modelo de debate, António Costa foi eficaz e desmontou o vazio programático que caracteriza o programa eleitoral – que já li – da Coligação PSD-CDS, exclusivamente centrado na narrativa da pesada herança.
Contrariamente ao que tenho ouvido da parte de muitos comentadores, não acredito na existência de um número significativo de indecisos. Acredito sim na existência de muitos abstencionistas. É a dimensão da abstenção que vai determinar o resultado final. E essa dimensão, ninguém consegue avaliar com um mínimo de rigor. Por isso penso que os debates podem ser importantes para mobilizar potenciais abstencionistas. Mas a maioria dos 3 milhões de espectadores que viram o debate televisivo entre Passos Coelho e António Costa já decidiram o seu sentido de voto. Só que não há forma alguma de saber como, senão ao fim do dia 4 de Outubro.




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