O POVO GREGO VOLTOU A FALAR
Ontem o povo grego voltou a ser
chamado para escolher, pelo voto, o seu futuro Governo. Este ano pela terceira
vez o povo grego derrotou as soluções de direita, voltando a dar o seu voto
maioritário ao Syrisa e a Alexis Tsipras.
A abstenção aumentou, tendo
certamente como causa a desilusão provocada pelo facto do Syrisa ter sido
forçado a aceitar as condições impostas pela Troika e que inicialmente afirmara recusar. Mas estes votos descontentes também não foram para a direita.
Não alinho nas versões que têm
sido utilizadas pela direita portuguesa e pelos comentadores que lhes são
afectos – e são bastantes – quanto à situação grega. O que se passou e continua
a passar na Grécia não pode ser explicado pela manipulação da informação, com
retóricas de dramatização para consumo da luta política em Portugal.
A Grécia teve a liderança de um partido credível porque depois de se ter comprometido com um programa que não pode
cumprir, assumiu esse facto e deu a palavra ao povo para que este se pronunciasse.
Não mentiu durante quatro anos, como fez o PSD e o CDS em Portugal.
Dentro de dias o Syrisa vai
apresentar um Governo, em coligação com outro partido. Muitos líderes europeus
estarão frustrados, porque não conseguiram destruir o Syrisa. Frustrado também
estará o senhor Varoufakis e os restantes lunáticos dissidentes do Syrisa, que
tudo fizeram para que a direita ganhasse, para depois afirmarem que tinham
razão.
Quanto à campanha eleitoral
portuguesa que ontem começou e que se prolongará até ao dia 2 de Outubro, é
previsível que a Grécia saia de cena. Afinal aquilo que o PSD e o CDS queriam
não se concretizou e, por isso, a farsa vai mudar de cena.
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