HISTORIADORES PRECISAM-SE!
Para quem gosta de História é surpreendente verificar a
escassez de matéria publicada sobre o período histórico vivido em Portugal,
vulgarmente designado PREC (Processo Revolucionário em Curso).
Foi há 40 anos. Nesse ano de 1975 Portugal viveu a mais
intensa e complexa movimentação social da História do século vinte. E qualifico
o PREC deste modo face às marcas estruturantes que deixou no regime democrático
em que vivemos.
Há algum tempo pesquisei, em várias livrarias de Lisboa,
livros especificamente dedicados ao referido período da nossa História
Contemporânea. Encontrei muito poucos. Melhor dizendo, encontrei muito poucos,
no sentido cientifico do relato histórico, ou seja sem estigmas a favor ou
contra.
Segundo o historiador António Borges Coelho, “a História tem montanhas
de ramos e há um que é fundamental: ouvir os depoimentos e o estabelecimento
dos factos para depois poder-se interpretá-los melhor”.
Daqui a alguns anos já cá não estarão os protagonistas dos
acontecimentos que marcaram a vida portuguesa em 1974-1975. Perder-se-á então o
testemunho da história vivida, relatada pelos seus diversos actores.
“ A História exige rigor” ensina António Borges Coelho. Dito
por outras palavras, a História exige o recurso a fontes, a selecção de
informação e a contextualização dos factos, libertos de juízos morais ou
ideológicos.
Mais do que economistas e gestores, Portugal precisa de
Historiadores, que ajudem os líderes políticos e outros, a entenderem o
passado, como instrumento de enquadramento do seu papel no presente e fonte de
referência, enquanto construtores de futuro.
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