CIDADÃOS DESERTORES
Acompanho com particular atenção
o fenómeno da comunicação. Leio vários jornais. Sou – na medida do possível – espectador
assíduo dos espaços informativos das televisões.
Neste meu labor informativo,
procuro assumir uma atitude racional. Defendo-me das preferências que possuo e
olho para os factos com um esforço sempre renovado de isenção.
Neste período que antecede a
eleição da Assembleia da República para a próxima legislatura, que terão lugar
no próximo dia 4 de Outubro, tenho procurado analisar com detalhe as
estratégias de comunicação dos partidos e forças politicas que se apresentarão
ao eleitorado. Tenho procurado reter as posições públicas dos principais
personagens das forças políticas em presença. Tenho também reflectido sobre o
conteúdo editorial dos órgãos de comunicação social, neste período.
Procuro descodificar as mensagens
veiculadas, destapo as entrelinhas, identifico as omissões, oiço os silêncios, interpreto
as manchetes e as fontes de que se socorrem – sondagens incluídas.
Terminado este processo
integrado, no qual invisto muito do meu tempo, concluo que, de uma forma geral,
persiste-se em comunicar com os mesmos, isto é aqueles que os partidos e forças
políticas mobilizam. Ou que eles pensam que estão indecisos.
Então e aqueles que estão
mobilizados para não votar, ou seja os nossos concidadãos que viram as costas
aos seus deveres de cidadania?
Dizem que não se interessam pela
política, porque “são todos iguais”. E, por isso, afirmam que não votam.
Decisão errada. Ao não votarem, são
cúmplices do que lhes possa acontecer, por falta de comparência.
É importante que os cidadãos não
se deixem manipular. É por isso que não devem ser meros receptores das mensagens
que todos lhes dirigem, até às eleições. É preciso que as descodifiquem, tanto
na forma como no conteúdo. É indispensável que não esqueçam que o voto é uma
arma e que a sua boa utilização exige esclarecimento e memória. Mas nunca
deserção!
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