QUALIDADE DAS LEIS
É frequente ouvirmos falar da má
qualidade das leis que, há uns anos a esta parte, se produzem no nosso país.
Apesar disso esta não é uma matéria que mereça grande preocupação da parte dos
portugueses. Mas deviam. Afinal estamos num Estado de Direito, o mesmo é
dizer, um Estado onde o exercício do poder político em geral está submetido a
regras que disciplinam a sua actuação.
A falta de qualidade das leis tem
muitas razões, algumas delas a própria razão desconhece. Mas a mais
importante causa para esta debilidade identifica-se pela incapacidade revelada, por sucessivos governos, para definirem uma política legislativa.
Recorro ao livro “Feitura das
Leis” da autoria de João Caupers, Marta Tavares de Almeida e Pierre Guibentif,
editado pela Fundação Francisco Manuel de Melo, para detalhar esta temática:
“ A política legislativa deverá
ser entendida como uma politica publica de regulação, compreendendo um conjunto
de fatores de influência, de princípios, de entidades e actores sociais que,
directa ou indirectamente, participa no procedimento de criação das normas
legislativas.
(…) Consideram-se como princípios
fundamentais para a configuração de uma política legislativa, nomeadamente: a
necessidade da lei; a transparência de procedimento legislativo; a simplicidade
da lei e a acessibilidade da lei.”
Apetece-me recomendar a leitura
deste útil livro a todos os que se interessam pela qualidade das leis que nos
regem. Afinal a referida qualidade também depende do grau de exigência que
tivermos, relativamente aos fazedores das leis que regulam a nossa cidadania. E essa exigência constrói-se com o
conhecimento que adquirirmos.
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