O QUE PODE ACONTECER VAI ACONTECER…




No âmbito do curso que coordeno, no ano passado decidi propor aos meus alunos um cenário de sismo na cidade de Lisboa, para trabalharem num exercício em sala. O cenário resumia-se nisto: em consequência de um sismo ocorrido na cidade de Lisboa, a zona de Sete Rios/Benfica foi fortemente atingida. Desta ocorrência resultou o colapso de várias zonas de acantonamento de animais no Jardim Zoológico, possibilitando a fuga dos mesmos para as ruas envolventes. Pesquisei se este cenário está previsto em algum dos planos de emergência disponíveis, e conclui que não. Pensando melhor e dada a falta de referências em instrumentos de planeamento para orientar o referido cenário, abandonei a ideia e construi outro cenário que os alunos trabalharam.
No passado domingo, através da comunicação social, vi os efeitos da chuva torrencial que flagelou a capital da Georgia, Tbilissi, da qual resultaram 12 mortos, várias pessoas desaparecidas, casas inundadas, carros submersos e infraestruturas destruídas. Uma das infraestruturas atingidas foi o Jardim Zoológico de Tbilissi, onde morreram muitos animais e outros fugiram. Leões, tigres, jaguares, hipopótamos e crocodilos invadiram as ruas da cidade.
Um dos responsáveis das operações em Tblilissi afirmou: “fomos surpreendidos por um conjunto de circunstâncias que nunca pensamos que se pudessem reunir”.

Fica uma vez mais comprovado: o que pode acontecer vai acontecer, mas não sabemos quando. Por isso não há cenários absurdos, para melhorar o planeamento e a resposta à emergência.

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