O MONSTRO E O INOCENTE
A notícia é brutal. Ultrapassa em
monstruosidade os crimes que todos os dias enchem as páginas de jornais e os
noticiários de rádios e televisões. Apesar de ser alérgico ao espectáculo do
crime que vários meios de comunicação social exploram até à exaustão, desta vez
a notícia é mesmo notícia, pelas piores razões.
Um homem matou o próprio filho,
com apenas seis meses de idade, com uma facada no peito, na sua casa, nos
arredores de Lisboa. Antes avisou a mãe da criança, sua companheira, do crime
que ia cometer e depois voltou a ligar-lhe para confirmar que o tinha feito.
Abandonou a criança, saiu de casa e foi ao café em frente de casa e bebeu um
cálice de vinho do Porto. De seguida foi preso pela polícia, entretanto avisada
pela mãe do menino.
Quando a notícia me chegou
pensei: “este tipo merecia a pena de morte!”. Refeito da emoção, arrependi-me
de tal pensamento, pois a abolição da pena de morte no nosso país, em 1867, foi uma conquista civilizacional, de que nos devemos orgulhar.
Mas este monstro merece ser severamente castigado pela justiça. E não se
arranjem desculpas com a sua eventual insanidade mental, da qual ninguém –
vizinhos e a companheira – alguma vez tivera qualquer sinal.
Sim, o nosso cérebro é um terreno inexpugnável, onde se pode gerar o
pior e o melhor do ser humano.
Mas as vitimas, não podem deixar de ser tidas devidamente em conta, na
hora da justiça agir.
Espero que seja aplicado a este monstro o
máximo de anos de prisão que o ordenamento jurídico português permite.
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