AS CRIANÇAS E A TELEVISÃO
Reparei há dias na publicação de
um ranking da audiência média dos vários canais de televisão. Não fiquei
surpreendido quanto às preferências dos espectadores adultos: as telenovelas e
os telejornais estão no topo.
O que me surpreendeu foi o tipo
de programas que este ranking identifica como sendo o que as crianças veem, nas
muitas horas em que estão em frente aos televisores.
Em primeiro lugar aparece uma
telenovela da TVI, logo seguida pelo Jornal das Oito da mesma estação. Em
terceiro lugar outra telenovela, desta vez da SIC. Em quarto lugar aparece
então a série juvenil da Disney Violetta. Em quinto lugar uma outra telenovela.
Não sei qual é o grau de rigor científico
destes medidores de audiência. Mas se eles são credíveis, acho que devem
merecer adequada ponderação.
Reconheço que a televisão educa
quem a ouve e quem a vê. Porém é indispensável que os pais e os avós tenham controlo
sobre o conteúdo do que as crianças veem no televisor.
Educar é um direito e um dever da
família, pelo que assiste-lhe a faculdade de seleccionar o que os agentes
educativos – e a televisão hoje funciona
como tal – transmitem aos seus mais novos.
A televisão pode entreter,
divertir, informar, ensinar e até acompanhar as crianças, contudo pode também
exercer influências indesejáveis, sobretudo quanto à gestão de afectos e de
conflitos.
Não são só alguns programas que
podem ser negativos para as crianças. Também as centenas de anúncios comerciais
com os quais somos bombardeados a todo o momento. Muitos deles veiculam estilos
de vida pouco saudáveis e estimulam o consumismo, como valor de afirmação social.
Tenhamos mais atenção às nossas
crianças e questionemos os valores que lhes estão a ser inculcados,
através da televisão, redes sociais e outros instrumentos de comunicação. Não
nos demitamos das responsabilidades de adultos, sem falsos moralismos mas
também sem excessos de facilitismo.
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