SEGURANÇA E SOCORRO: INFORMAÇÃO A QUE TEMOS DIREITO
Na passada quarta-feira
comemorou-se o Dia Europeu do 112.Criado
em 1991, desde 2008 que o 112 passou a ser o único número para aceder
gratuitamente aos serviços de emergência em qualquer país da União Europeia.
A propósito da referida efeméride
o Ministério da Administração Interna (MAI) divulgou que a Central de
Emergência da PSP, que gere o 112, recebe em média 25 mil chamadas diárias, o
que representa cerca de nove milhões de chamadas por ano. Segundo o MAI, cerca
de 75 por cento das chamadas não tipificam situações de emergência, embora
também não sejam “necessariamente falsas”.
Quer isto dizer que uma vez mais
está estabelecida a confusão entre “urgência” e “emergência”, sem se explicar
ao cidadão a diferença conceptual e prática entre ambas.
A mesma fonte referiu que do
conjunto das chamadas recebidas pela Central 112, 60 por cento requerem
intervenção do INEM, 30 por cento das forças de segurança e 10 por cento dos
bombeiros.
Quando consultamos os dados do
INEM concluímos que, em 2014, foram registadas 3.457 chamadas diárias, num
total de 1.262.145 chamadas/ano.
Olhando para os dados do MAI e os
disponibilizados pelo INEM, há qualquer coisa que não bate certo. As chamadas
identificadas pelo INEM não correspondem aos 60 por cento que o MAI refere que
são encaminhadas para atendimento daquele instituto.
Entendamo-nos. Se toda esta informação fosse
centralizada numa única entidade e depois compilada num Anuário de Serviços de
Segurança e Socorro, para posterior disponibilização à comunicação social e ao
público e organizações interessadas, estaríamos sim na presença de uma
verdadeira política de Informação Pública.
Como cada um dos agentes dá os
dados à sua maneira, ou esconde-os, afasta-se cada vez mais os cidadãos da
problemática da segurança e do socorro, desresponsabilizando-os do papel que
lhes cabe nestes domínios.
Seria interessante ver esta
questão discutida, sem corporativismos atávicos e bacocos. Mas vai demorar
muito tempo para que isto aconteça. Até porque também são muito poucos os que
pensam e estudam estas coisas. E é pena que assim seja.
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