OS SISMOS E O PETRÓLEO
Não vou abordar aqui os efeitos
da queda vertiginosa do preço do barril do petróleo, cotado abaixo dos 50
euros. Não vou repetir a previsão que esta semana o nosso Ministro da Economia
avançou, de que por cada dez euros de descida da cotação do crude, o impacto
positivo no PIB português é de 0,16%.
Vou sim dar conta do estudo da
Universidade do Texas, em Austin, que procura avaliar a relação de casualidade
entre a exploração de petróleo e gás e o significativo aumento de actividade sísmica
neste Estado dos EUA.
Entretanto e face à referida anomalia,
o Instituto de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos (USGG) elevou o nível de
risco de tsunami no Texas.
Em 2010, quando visitei a
referida Universidade, em Austin, uma equipa de especialistas com que tive
ocasião de contactar explicou-me que o aumento da actividade sísmica no Texas,
já nessa altura identificada, constitui de facto uma ameaça para a região, face
à “agressão” a que o subsolo em profundidade é sujeito nas operações relacionadas
com a extracção de combustíveis fosseis.
Na verdade no período de 1970 a
2000 registaram-se na região 20 terramotos/ano. Desde de 2010 a média subiu
exponencialmente para 100, embora de pequena magnitude.
Em 2011
o USGG divulgou um estudo a propósito de um sismo ocorrido em Oklahoma, no qual
se observa “que os sismos induzidos pelo homem podem desencadear uma avalanche
de terramotos, incluindo algum com maior magnitude, com sérias implicações”
pelo que alerta “para a necessidade de mais estudos que reduzam o risco sísmico
decorrente da prática adoptada”.
Uma
determinada concepção de desenvolvimento alicerçado na desenfreada exploração
dos recursos naturais, acrescenta cada vez mais riscos à vida do homem
contemporâneo, convocando os Estados e os cidadãos para uma reflexão
consequente quanto aos danos que estão a provocar ao seu futuro.
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