AVISOS E ALERTAS SÃO PARA LEVAR A SÉRIO




Confesso que os comentadores da treta me irritam. Esta espécie que infecta o espaço mediático português, é constituído, na sua maioria, por especialistas de coisa nenhuma, mas dotados dum complemento cultural mediano, alicerçado numa qualquer licenciatura, na leitura de meia dúzia de livros, na consulta de centenas de páginas na internet e na audição de outros elementos da mesma espécie (comentadores), que lhes permite comentar tudo.
Vêm estas considerações a propósito de um texto que li no Diário de Notícias, no passado dia 8 de Fevereiro e que retive no meu arquivo, no item que classifico como “Ignorância Cívica”, da autoria de um senhor chamado Alberto Gonçalves e com o título de Sociólogo.
Na sua coluna de opinião este comentador, especializado em “má-língua”, num texto intitulado “Assim se vê a força da ANPC”, brinca com coisas sérias, a propósito dos avisos à população difundidos pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), quanto à evolução da situação meteorológica e os consequentes comportamentos preventivos que os cidadãos devem adoptar. 
Este senhor Sociólogo ignora que em qualquer país civilizado uma das missões do Estado, através dos competentes serviços, é a difusão de avisos e alertas às populações para os riscos – quaisquer riscos, visto que não há riscos pequenos, médios ou grandes – a que estão sujeitos, promovendo as recomendações adequadas para cada situação.
A forma como o texto termina é elucidativo da cultura cívica deste senhor: “A ANPC justifica o nome e cumpre plenamente a função primordial do Estado: proteger-nos visto que sozinhos não nos governamos. Seria justo sairmos à rua a gritar vivas à ANPC, desde que esta nos lembre da necessidade de um agasalho”.    
Acho que a ANPC deve melhorar a sua função de Informação Pública. Mas não é ironizando de modo estúpido, quando ela cumpre a sua missão no que é mais elementar – como é o caso –, que colaboramos nessa melhoria.         
     

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