“TERRAMOTO” NA EUROPA
SYRIZA e Alexis Tsipras são os
nomes do verdadeiro terramoto político que acaba de abalar a Europa, com a vitória
da esquerda radical nas eleições que ontem se realizaram na Grécia.
Defendendo uma rotura com a
política de austeridade que nos últimos anos tem flagelado o povo grego, o
SYRIZA obteve um resultado histórico, ao conquistar a maioria dos votos.
Ninguém duvida de que estes
resultados vão ter necessariamente repercussões a vários níveis, tanto em
Bruxelas e Berlim, como em cada um dos países da União Europeia (EU).
Ainda é cedo para avaliar com
precisão os efeitos deste “terramoto”. Mas há uma conclusão irrefutável: caiu o
tabu da impossibilidade da existência de alternativas às políticas decretadas
pelos mercados e pelos donos desta Europa toda.
É evidente que os obstáculos são
muitos. Os donos desta Europa toda estão em pânico e, por isso, não vão aceitar
pacificamente a vontade do povo grego. Para eles a democracia é sagrada, mas
apenas quando os seus interesses prevalecem. Mas há uma esperança que renasce e
que é preciso valorizar.
Dentro de alguns meses haverá
eleições em Portugal. O povo português dá inquestionáveis sinais de cansaço do
Governo da coligação de direita e aspira a um novo rumo. Esta pode ser a
oportunidade da esquerda portuguesa, mas uma esquerda sem equívocos. Uma
esquerda que, por um lado, não se limite a mudar caras ou, por outro, que se
resigne à gestão do protesto.
Não precisamos de um Syriza
português. Precisamos sim que a esquerda portuguesa se assuma como capaz de
governar o país, dar-lhe um novo rumo e romper com os “donos disto tudo” que
andam por aí.
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