SOCIEDADE CIVIL PARA UMA NOVA ORDEM




Li recentemente um ensaio da autoria de Tiago Fernandes, professor auxiliar da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, sobre “A Sociedade Civil”. Neste interessante texto, editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, o autor discorre sobre as origens da crise que afecta uma boa parte da sociedade europeia e conclui que “só através da revitalização de uma sociedade civil que dê voz ao cidadão comum e aos grupos com menos recursos será possível defender a democracia”.
Ontem o Diário de Noticias publicou uma entrevista com o filósofo e professor universitário da Universidade Autónoma de Madrid, Javier Monserrat, onde este aborda a temática da sociedade civil de uma forma, que merece reflexão. Questionado sobre se o século vinte um vai ter como protagonista a sociedade civil, respondeu:
“Se se organizar, sim. Desde o Renascimento que se pensa que este protagonismo da sociedade civil se faria de acordo com os sentimentos do povo. No entanto, a democracia andou a ser manipulada e tem dentro de si uma estrutura de poder muito potente, verdadeiros lobbies que manipulam a opinião e o voto. Como conseguir que o povo recupere o poder? A solução, e creio que já se vai tomando consciência, passa por a sociedade civil ser dona do seu destino.”
Na sequência desta resposta e interpelado sobre como é que a sociedade civil pode atingir este objectivo, define:
“De maneira independente dos políticos e organizada para controlar os partidos. De qualquer modo para ser eficaz não pode ficar restrita a um país, tem de ser uma organização civil que se estenda de um país para o outro e chegue até aos países líderes do mundo”.
A questão é interessante. Mas fica por esclarecer como fazer este caminho.





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