POLITICA MUNICIPAL DE PROTECÇÃO CIVIL
Há mais de uma década que a
Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) carece de uma visão
estratégica para o Sistema de Protecção Civil, do qual, no ponto de vista
legal, é parte integrante.
Com o ciclo iniciado aquando das
últimas eleições autárquicas, esperava-se que esta lacuna fosse preenchida, tendo
em consideração que os novos dirigentes desta associação, eleitos no XXII
Congresso reunido em Tróia, em 27 e 28 de Março, anunciaram a intenção de
contribuir para uma nova era no poder local, através da implementação de novas
filosofias para a gestão das políticas de proximidade.
Quase um ano depois não se
conhece uma ideia, um projecto ou uma linha de orientação que concretize a
legitima expectativa criada com o novo ciclo autárquico.
Depois de uma fase em que as
autarquias foram decisivas na construção de infraestruturas fundamentais para a
melhoria da qualidade de vida das populações, parece evidente que o desafio
actual é tornar o poder local numa força indutora de desenvolvimento.
Não há desenvolvimento sustentado
sem segurança, entendida de forma integrada. Assim não se percebe como podem os
municípios adoptar estratégias de desenvolvimento sem possuírem os adequados
instrumentos de garantia de segurança nas suas áreas de jurisdição, tanto na
vertente security como safety.
No domínio do safety, não basta possuir um Plano de
Emergência Municipal aprovado ou um Serviço Municipal de Protecção Civil, com
consagração orgânica É sobretudo necessário possuir uma visão política
alicerçada em objetivos e recursos, em articulação com a administração central
e com as instituições representativas dos agentes.
O Sistema não se esgota no agente
Bombeiros, mas é indiscutível a missão determinante destes no funcionamento do
mesmo. Por isso torna-se inadiável que os municípios definam um pensamento
estratégico sobre esta matéria.
É neste encadeamento que a
pergunta se impõe: que tipo de Bombeiros defende a ANMP para o país?
Cabe à ANMP um importante papel
na sensibilização dos municípios que representa, de modo a que estes assumam em
pleno as suas responsabilidades quanto à salvaguarda da protecção e socorro das
populações que representam. É verdade que há honrosas excepções, mas estas só
servem para confirmar a regra. É aqui que está o problema.
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