COMO ESTÁ A NOSSA SEGURANÇA?
Os conceitos são parte integrante de qualquer
argumento que pretenda responder a questões básicas, no domínio das ciências
sociais. Os conceitos ajudam-nos a conceptualizar a realidade. Um conceito bem
construído facilita a descrição, compreensão e explicação de um fenómeno.
A partir desta introdução surge a
pergunta: o que é a segurança?
Este conceito aplica-se a vários
contextos ou domínios. Porém é na sua aplicação às pessoas, aos cidadãos, que
mais facilmente ele se torna percetível.
Lemos os jornais, ouvimos os
noticiários das rádios e das televisões, portuguesas e do mundo, e constatamos
que proliferam os conflitos armados do Magrebe ao Médio Oriente, do Mar Negro
ao Mar Báltico, dos quais resultam milhares de mortos, vítimas inocentes de
disputas territoriais, económicas e religiosas às quais são, na sua maioria,
alheias.
Por outro lado as ameaças que
pairam sobre as sociedades, nos domínios da criminalidade organizada e das
alterações climáticas, acrescentam eventos que comprometem a segurança dos cidadãos.
A segurança assume hoje uma
dimensão essencial para a vida de todos os cidadãos, em qualquer lugar do planeta.
Os recentes atentado realizados em Paris, as matanças ocorridas na Nigéria e as
barbaridades cometidas pelo designado Estado Islâmico, são exemplos, entre muitos
outros, de que vivemos tempos de indisfarçável insegurança.
Portugal tem sido um país onde
felizmente parece termos sido abençoados, estando livres de tais ameaças. Mas
não convém que nos convençamos disto, nem que desvalorizemos os nossos
instrumentos de defesa colectiva.
Não alinho nas teses que defendem
um desinvestimento nas forças armadas, nas forças de segurança ou nos agentes
de socorro e emergência, a pretexto de que aqui não estamos em guerra.
Urge fazer uma profunda reflexão
sobre o modelo de organização do nosso sistema de segurança interna, concluindo
se ele está verdadeiramente preparado para situações de crise, com
racionalidade, unidade e capacidade de decisão operacional.
Tendo em consideração a
conflitualidade permanente existente entre agentes e forças de intervenção no
nosso país, não parece que os êxitos verificados nos pomposos simulacros que se
fazem frequentemente venham a ser validados, quando a hora da verdade chegar.
Afinal o que pode acontecer vai acontecer,
não sabemos é quando. É preciso que confiemos que estão reunidas as necessárias
condições, para salvaguarda da nossa segurança, nomeadamente através da
resposta adequada a quaisquer eventos que a possam pôr em causa.
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